Um dos momentos de maior emoção nas celebrações de Natal acontece nesta quinta-feira, dia 19 de dezembro, às 20 horas, no Largo da Catedral Metropolitana e com palco montado em frente à Praça XV, em Florianópolis. O Auto de Natal é uma celebração especial que vai mostrar a chegada de Jesus ao mundo de uma forma diferente. A anunciação terá sua maior parte representada pelos movimentos do ballet, numa releitura contemporânea dos ritos do nascimento do menino Jesus.
Sem falas, toda a força da encenação será através do gestual dos atores e bailarinos, com trilhas sonoras especialmente selecionadas para a cerimônia da Anunciação. Segundo a diretora artística, Barbara Rey, será uma versão condensada dos eventos em torno do nascimento de Jesus com coro, barítono e soprano, elenco de bailarinos e atores. Começa com a apresentação do coro e solistas e prossegue até o momento da Anunciação do Anjo Gabriel à Maria.
Durante a caminhada de Maria e José até Belém, o Anjo Gabriel aparece para os pastores anunciando a chegada do filho de Deus, ao mesmo tempo que a estrela guia mostra o caminho aos três Reis Magos. O roteiro segue as agens bíblicas até finalizar com todo o elenco numa cena do Presépio, acompanhado de coro e solistas, com Maria apresentando o menino Jesus aos fiéis e aos Reis Magos, que chegam trazendo presentes. No palco, ao som de piano e violinos, a chegada de Jesus é celebrada com as Bachianas de Villa-Lobos.
Seguindo a tradição do Natal, quem chega é o Papai Noel, que ocupa espaço junto aos personagens da Anunciação de Jesus para saudar o público ao ritmo de canções natalinas.
“Queremos fazer a representação da Anunciação sem textos, apenas através de interpretação com mímicas, mas de fácil entendimento. Com a ajuda de músicas de bastante impacto e luz especial, é possível despertar as sensações e emoções do público, com arte e sem perder de vista as simbologias do Natal”, completa Barbara Rey. Os figurinos do Auto de Natal foram especialmente criados pelo estilista e figurinista, José Alfredo Beirão Filho, o Beirão.
O Auto de natal faz parte da programação de Natal de Florianópolis, com coordenação institucional da Câmara de Diretores Lojistas de Florianópolis ( CDL), viabilizada através do Programa de Incentivo à Cultura (PIC), da Fundação Catarinense de Cultura e do Governo do Estado de Santa Catarina, com apoio das empresas incentivadoras Fort Atacadista, Koerich e da Prefeitura Municipal de Florianópolis.
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Camerata Florianópolis celebra o Natal com os clássicos da Disney

A magia do Natal chegará no Trapiche da Beira Mar Norte com o espetáculo “Especial Disney”, da Camerata Florianópolis, no dia 22 de dezembro (domingo), a partir das 18h30. A apresentação viaja pelo mundo encantado de Walt Disney, com as cores, luzes, figurino e telão reproduzindo cenas que remetem às canções tão amadas e conhecidas pelo público.
Sob regência do maestro Jeferson Della Rocca, o espetáculo reúne um seleto time de cantores, composto por Amandah Amâncio, Joana Castanheira, Carla Domingues, Sofia Ouriques e Cadu Duarte, e narração da atriz Lieza Neves.
O repertório traz clássicos inesquecíveis de filmes como “Frozen”, “O Rei Leão”, “A Bela e a Fera”, “Cinderela”, “A Pequena Sereia” e “Aladdin”. Os arranjos são assinados pelo pianista Alberto Heller, e os figurinos, cuidadosamente elaborados por José Alfredo Beirão, completam a experiência mágica. A participação do público é aberta e gratuita.
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O fotógrafo também dança
O fotógrafo Cristiano Prim celebra 20 anos de carreira com exposição fotográfica sobre a dança contemporânea, a partir de hoje, quarta-feira, dia 18 de dezembro, às 18h na Galeria Berlim, em Florianópolis. Muito do que vimos a respeito da dança contemporânea em Santa Catarina nos últimos 20 anos veio das lentes do fotógrafo Cristiano Prim. Nascido em Blumenau e radicado em Florianópolis, o artista é um cronista visual neste campo, acompanhando desde companhias consagradas, como o Grupo Cena 11, do qual foi integrante, a festivais e mostras.
Sob o olhar de Prim, as coreografias, performances e espetáculos ganharam um novo movimento e composições. Pela primeira vez em sua carreira ele imprime um registro histórico na exposição Retrospectiva Fotográfica da Dança Catarinense, apresentando 20 fotografias.
Prim tornou-se perito em fotografias de dança a partir de um crescente envolvimento com o Grupo Cena 11 Cia de Dança desde o início dos anos 90. Nos dias atuais, além de permanecer acompanhando os espetáculos da companhia, é um dos principais fotógrafos de Santa Catarina e do Brasil, com foco na dança. A exposição é gratuita e a Galeria Berlim fica na Victor Konder, 409, no Centro.

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Campanha para ajudar a Fanfarra da Ponte

A Fanfarra da Ponte acaba de lançar uma campanha de financiamento coletivo para o Carnaval 2025. A ação é para angariar recursos que vão subsidiar todos os ensaios, começando agora e segue até as apresentações nos dias 22 de fevereiro e 4 de março, além das recompensas, que neste ano serão: camisetas e bonés da fanfarra, brincos e kit de glitter para carnaval, tudo regado às cervejas da Bugio.
Parte dos recursos também será destinada aos profissionais que fazem a Fanfarra mais querida de Florianópolis ser o que ela é. “Contamos com quatro professores extremamente profissionais e dedicados e uma pequena equipe de comunicação para as redes sociais, fotos, vídeos e produção geral, que também trabalha duro para manter os cronogramas, prazos e objetivos dos projetos alinhados”, conta Mônica Becker, produtora da Fanfarra da Ponte. “Esse é, além de tudo, um projeto de resistência cultural, um projeto político, que acredita na transformação a partir da música e da cultura, e entende que o o a esses bens é direito de toda a população. Contribuir com o financiamento da Fanfarra não é só garantir a folia, mas é também, ajudar a manter a alegria e a cultura viva na nossa cidade!”, finaliza a produtora.
Para ajudar a Fanfarra da Ponte é só ar o link: https://benfeitoria.com/projeto/fanfarra-da-ponte-no-carnaval-2025-1s6g .
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Imersão no achar e perder

No Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina (MIS/SC) o destaque é para a exposição “Todo momento de achar é um perder-se a si próprio”, da artista Ruchita, com curadoria de Kamilla Nunes.
Inspirada pela emblemática frase do livro “A paixão segundo G.H.”, de Clarice Lispector, a exposição convida o público a uma experiência imersiva que transita entre a introspecção e o coletivo. Assim como G.H., a protagonista de Clarice, que é tomada por uma profunda incompreensão da vida, Ruchita nos conduz por um fluxo de sentidos que reverbera entre a visceralidade e a poesia, questionando a natureza do humano, do tempo e do divino.
A mostra reúne obras produzidas entre 2018 e 2024, que exploram linguagens diversas como videoarte, instalação, fotografia e performance. Em cada trabalho, a artista entrelaça tempos, espaços e materialidades, criando vazios que paradoxalmente se revelam plenos de significado. As questões abordadas – a memória, o esquecimento, a fragilidade e a ressonância – dialogam com as inquietações filosóficas presentes na narrativa espiralada e sensorial de Clarice.
“Todo momento de achar é um perder-se a si próprio” é uma travessia sensorial e emocional, que desafia as certezas e instiga o público a refletir sobre a existência como um campo de forças em constante transformação. A exposição é um convite a sentir e habitar o inominável, a perceber o visível em articulação com o indizível e a construir cumplicidades em meio à fragilidade e à intensidade do estar vivo.
A mostra permanecerá aberta ao público até o dia 2 de fevereiro de 2025, com horário de visitação de terça a domingo, das 10h às 21h.
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Obras sacras raras em concerto no Hospital de Caridade

O Conjunto Capelle 1641 apresenta obras sacras do Século 17 no Hospital de Caridade, hoje, quarta-feira, 18 de dezembro, O evento faz o fechamento da temporada em que se comemoram os 280 anos da Capela do Menino Deus (Hospital de Caridade). A Irmandade do Senhor Jesus dos os dá as boas-vindas a um espetáculo singular e marcante, com a presença do conjunto de música histórica ‘Capelle 1641’, com algumas das obras sacras mais inexploradas do compositor saxão Johann Rosenmüller (1619-1684).
O espetáculo, com a duração de uma hora, tem entrada franca e no repertório músicas antigas, instrumentos históricos, cordas friccionadas e retórica musical. O Capelle 1641 é um conjunto musical especializado na realização do repertório musical histórico, com enfoque nas musicalidades seiscentistas (século 17). O Conjunto desenvolve um raro trabalho de investigação musicológica, organológica e artística em âmbito estadual e nacional.
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“Arquivos Implacáveis Meyer Filho” está de volta

Depois de ter sido cancelada, em dezembro de 2022, devido às intensas chuvas que revelaram problemas no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), com goteiras e infiltrações que colocaram em risco as obras do “Arquivos Implacáveis Meyer Filho”, a exposição está sendo reaberta com algumas modificações.
“Resolvemos trazer uma seleção deste projeto que envolveu cinco anos de produção e tantas pessoas. Oferecemos ao público uma pequena mostra do que foi a grande exposição dos 100 anos do artista, comemorando também as duas décadas de trabalho no Memorial Meyer Filho”, conta a diretora do Instituto Meyer Filho, Sandra Meyer.
Com curadoria de Kamilla Nunes e Gabi Bresola com assistência de Aline Natureza, a exposição será uma breve amostragem do que foi o projeto “Arquivos Implacáveis”. Ao invés da exposição das obras originais, o público terá o a outros elementos do universo do artista catarinense. Como algumas tapeçarias, banners, documentos em recortes de jornal, manuscritos, fotos do início da carreira assim como do surgimento do Grupo de Artistas Plásticos de Florianópolis (GAPF) do qual fez parte. Ainda no tempo em que trabalhou no Banco do Brasil(1950/1960), prédio que hoje abriga o Memorial Meyer Filho. “Arquivos Implacáveis Meyer Filho” abre ao público hoje, quarta-feira, 18 de dezembro, e fica em cartaz até o final de março de 2025, com entrada franca.
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O legado de Eglê Malheiros
Santa Catarina perde uma da grandes mulheres da cultura. A morte, nesta terça-feira, dia 17 de dezembro, de Eglê Mealheiros fecha o ciclo de uma das maiores intelectuais do estado.
Egle Malheiros escritora, professora e tradutora, nasceu em Tubarão (SC) em 3 de Julho de 1928. Em Florianópolis, foi uma das fundadoras do Círculo de Arte Moderna, conhecido como Grupo Sul (revista, editora, teatro, música, artes plásticas, clube de cinema), movimento que durou de 1948 a 1958 e renovou o ambiente cultural de Santa Catarina.
Sua vasta obra composta em 96 anos é um valoroso patrimônio que merece ser sempre lembrado e cuidado.
A coluna deixa uma homenagem de muito afeto a esta mulher que me ajudou a vivenciar a relevância da cultura para a humanidade.
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Até a próxima semana.
No instagram: @anselmoprada