Estrear em casa com torcida, empolgação renovada e novo técnico à beira do gramado… tinha tudo para ser um novo capítulo. Mas o Avaí continua preso ao que ou. O empate por 1 a 1 contra o Novorizontino, no domingo à noite diante de 6.129 torcedores na Ressacada, foi mais um capítulo da série “ainda não foi dessa vez”. Sete jogos sem vitória, sendo cinco empates, duas derrotas e uma pulga atrás da orelha de quem sonha com o o à elite do futebol brasileiro.

Estreia frustrante
A atuação não foi um desastre — longe disso. O time teve lampejos de lucidez. Mas tomou um sufoco do bom time do Novorizontino, candidato ao o. A equipe paulista saiu na frente com um golaço do volante Jean Irmer. Longe de ser uma falha do goleiro César, mas o torcedor achou que era defensável. O Leão da Ilha perdeu intensidade com as mudanças de Ventura, mas conseguiu chegar ao empate com Hygor, em jogada de Marquinhos Gabriel (que, diga-se, parecia estar em um jogo à parte). Faltou gás, faltou fôlego, faltou presença ofensiva — e sobrou impaciência no apito final.
Carioquês

Jair Ventura chegou com aquele jeitão boa praça, soltando um carioquês que nem água de coco na orla de Ipanema. Mal desembarcou no clube (coisa de menos de dez dias) e já teve que botar ordem no pagode de um time que tá junto desde o verão ado. Ainda em clima de apresentação, mandou logo um “calma aí, rapaziada”, pra explicar que não rola comparar o que tá começando agora com o que já vinha rolando. Disse que tá dando a cara dele ao time, mas que será no desenrolar dos jogos que o grupo vai pegar o ritmo.
Longe de casa
O próximo desafio já está batendo na porta: o Cuiabá, quinta-feira (10), na Arena Pantanal. Um adversário que vem embalado por vitória fora de casa e que promete complicar a vida do Leão. Será preciso mais do que boa vontade e discursos otimistas. A evolução precisa aparecer e rápido.
Jair falou em “tempo ao tempo”. É justo. Mas o tempo, no futebol, costuma ser impiedoso com quem empaca nas primeiras rodadas. A meta é o o. E para isso, o Avaí vai precisar mais do que paciência: vai precisar jogar bola, mostrar identidade e resolver os problemas que se repetem desde o estadual.
Pé esquerdo

Se serve de consolo (ou não), os outros catarinenses também tropeçaram na largada da Série B. O Criciúma perdeu de virada para o Operário, com uma atuação que deixou o torcedor com aquela cara de “é só a primeira rodada, mas já tô preocupado”. A Chapecoense foi derrotada pelo CRB em Maceió, por 1 x 0, num jogo em que produziu, mas pecou na finalização. Com o empate do Avaí, o saldo da rodada foi bem abaixo da média para Santa Catarina.
Figueira em ação

O Figueirense está afinando os últimos detalhes para a estreia na Série C do Brasileirão, e a vitória por 2 a 0 no jogo-treino diante do Barra, no último sábado, mostrou que o time do técnico Thiago Carvalho está no caminho certo. Jogando em casa, no Scarpelli, o Furacão contou com boas atuações coletivas e momentos de destaque individual, como o gol de Renan após bela jogada de Felipe Augusto e a cobrança de pênalti segura de Kayke. A movimentação intensa e as variações táticas testadas ao longo da atividade indicam que a equipe está ganhando ritmo e entrosamento para encarar os desafios da temporada.
Apoio do torcedor
Com o apoio incondicional da torcida alvinegra, o Figueira se prepara para transformar o Scarpelli em uma fortaleza já neste sábado (12), quando recebe a Ponte Preta às 16h na estreia da Série C. A expectativa é de casa cheia e clima de decisão, como é tradição nas bandas do Estreito. Thiago Carvalho tem apostado na consistência defensiva e na velocidade pelos lados para surpreender os adversários, e o último teste serviu para consolidar ideias e elevar a confiança do elenco. Agora é reta final de ajustes e foco total para começar o campeonato com o pé direito.
Lamentável episódio

Durante o intervalo do jogo-treino entre Figueirense e Barra, no Estádio Orlando Scarpelli, um episódio lamentável marcou negativamente a partida: o árbitro Gustavo Baggio Ratti foi agredido verbal e fisicamente por dirigentes e atletas do Barra. Relatos indicam bolada proposital, ameaças com teor criminoso e até esguicho de água no rosto do árbitro. A reação foi por conta de Ratti ter sido o quarto árbitro naquele jogo em que o árbitro Bráulio Machado cometeu aquele erro ao voltar atrás e anular gol do Barra no Estadual contra o Caravaggio, eliminando a equipe de Itajaí.
Um comportamento absurdo, que fere não apenas o profissional, mas o esporte como um todo. O caso já está sendo investigado nas esferas cível e criminal. O SINAFESC, sindicato dos árbitros, emitiu nota dura de repúdio e com toda razão. A violência não pode ser relativizada em nenhum contexto. Respeitar a arbitragem é respeitar o futebol.